quinta-feira, 19 de maio de 2016

Integração entre VLT e lotações de São Vicente pode não ocorrer este ano

19/05/2016  - A Tribuna - Santos

São Vicente corre o risco de não conseguir cumprir até o final deste ano a integração do transporte público municipal com o sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O alerta é dado pela própria Prefeitura, em razão do adiamento do prazo de renovação da frota de lotações. Inicialmente, essa mudança estava prevista para julho, mas uma lei aprovada pela Câmara Municipal estendeu o limite até 31 de dezembro próximo.

Como a intenção da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) é dar início à integração com as linhas municipais em novembro, a Secretaria Municipal de Transportes (Setrans) entende que não será possível atender plenamente aos padrões de adequações necessários para tal serviço. Para isso, segundo a Prefeitura, seria necessário que toda a frota fosse composta por micro-ônibus, o que não ocorre atualmente.

São três os motivos principais que sustentam esse receio. O primeiro é o fato de que o sistema ainda não conta com o chamado travamento das catracas. Ou seja, o cálculo de quantos bilhetes foram comercializados é feito por amostragem, o que impede uma definição exata sobre o valor da tarifa do transporte integrado, por exemplo. Essa questão também inviabilizaria o uso de um cartão único.

A segunda questão é uma exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que a partir deste ano passará a exigir a acessibilidade dos veículos de transporte municipal. No caso de vans, nem todas possuem capacidade para atender tal cobrança, especialmente com os elevadores para cadeiras de rodas.

O último ponto é a necessidade de duas portas nos meios de transporte. Caso essa exigência não seja atendida, haverá formação de filas, pois quem está para descer e quem sobe no veículo precisam usar a mesma porta. Hoje, das 349 lotações da frota, 206 estão no padrão, ou seja, 59% dos veículos.

Obstáculo 

“Nós tínhamos um cronograma, uma intenção de padronizar toda a frota com micro-ônibus até o mês de julho. Depois, teríamos alguns meses para discutir valores das tarifas, itinerários e fazer os ajustes necessários. Mas essa lei complicou o nosso projeto e, hoje, há, sim, o risco de não conseguirmos cumprir a adequação para a integração até outubro”, comenta o chefe de gabinete da Setrans, Ricardo Nascimento.

O prefeito Luís Cláudio Bili (PR), em visita a A Tribuna, há uma semana, admitiu a preocupação da Prefeitura em relação à integração. “Nós precisamos dar acessibilidade, e as vans não têm catraca. Se o modal não estiver consolidado, não tem como fazer a integração com o VLT”, disse.

Bili afirmou que o Município entrou na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei, apresentada pelo vereador Pedro Gouvêa (PMDB). “Estamos esperando uma liminar. Eles (donos de lotações) não podem reclamar dos prazos, porque foram informados e cobrados várias vezes. E continuamos orientando as associações para incentivarem a adequação”, completou.

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