Companhia Viação Paulista
A empresa foi criada em 18 de abril de 1889 através da fusão das empresas de carris existentes, com exceção da Empresa de Bondes de Sant´Anna que operava fora da área urbana. A medida visava unificar a operação do sistema de ferro-carril, evitando a concorrência danosa entre às empresas.
Inicialmente foi formada pela fusão das empresas Carris de Ferro de São Paulo e Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro.
Correio Paulistano, 01/03/1890
Inaugurou sua primeira linha em junho de 1889, ligando o centro da cidade à Colina do Ipiranga, utilizando em alguns trechos e em ocasiões especiais bondes de tração a vapor.
Passageiros transportados pela CVP
1890 2.800.000
1892 10.900.000
1894 17.700.000
Entre 1890 e 1892, atribuiu-se o aumento da demanda à conclusão das obras do Viaduto do Chá em 1892
Viaduto do Chá em 1892
Fusão
Em 18 de abril de 1889, a Companhia Carris de Ferro foi incorporada pela Companhia Paulista. Em 24 de abril de 1901 o acervo das duas empresas foi adquirido pela Light.
Correio Paulistano, 27/12/1890
Bonds a vapor para a Mooca
Correio Paulistano, 24/09/1891
Rua 15 de Novembro em 1896
Em abril de 1897 a companhia solicitou a prefeitura autorização para implantar um nova linha na rua Duque de Caxias, tendo seu pedido deferido.
Em 9 de maio de 1897, é inaugurada a nova linha Aurora-Triumpho, com ponto final no Bom Retiro.
Correio Paulistano, 08/05/1897
Linhas de bonds em 1897, segundo o Nova Guia Commercial Industrial e Scientifica do Estado de São Paulo para 1897-1898:
Largo do Rosário - Amador Bueno
Largo do Rosário - Alameda do Triunfo
Largo do Rosário - Alameda Glette
Largo do Rosário - Avenida Paulista
Largo do Rosário - Beneficência
Largo do Rosário - Alameda do Triumpho
Largo do Rosário - Bom Retiro
Largo do Rosário - Jardim da Luz
Largo do Rosário - Cesário Motta (Villa Buarque)
Largo do Rosário - Guaianazes
Largo do Rosário - Hygyenopolis
Largo do Rosário - Ponte Grande
Largo do Rosário - Sant´Anna
Largo do Rosário - Santa Cecília
Largo do Rosário - rua das Palmeiras
Largo do Rosário - Viaducto
Largo do Rosário - rua Victoria (Largo do Arouche)
Largo do Rosário - Ypiranga
Largo do Rosário - Braz
Largo do Rosário - Consolação
Largo do Rosário - Imigração
Largo do Rosário - Hyppodromo
Largo do Rosário - Liberdade
Largo do Rosário - Mooca
Largo do Rosário - rua Muller
Largo do Rosário - Villa Buarque
Largo da Sé - Cambucy
Largo da Sé - Jardim da Luz
Largo da Sé - Mooca
Mercado Velho - Braz
Mercado Velho - Imigração
Mercado Velho - Mooca
Mercado Velho - Estação Norte (Estação Oriente)
Mercadinho São João - rua Santo Antônio (Bexiga)
Mercadinho São João - rua Conselheiro Ramalho (Bexiga)
Bonde de tração animal seguindo da rua Direita para o Largo da Sé em 1897
Viaduto do Chá na década de 1890
Largo de São Bento na década de 1890
Acervo Fumtran
Correio Paulistano, 01/09/1892
Em 26 de dezembro de 1892, através do Decreto nº 139, foi transferida à municipalidade a fiscalização das linhas de bondes em tráfego, em construção e projectadas no município concedidas pelo governo do estado.
Correio Paulistano, 07/02/1893
Viaduto do Chá em 1895
Foto Guilherme Gaensly
Entre 1872 e 1896 a população da cidade de São Paulo passou de 25 mil para 250 mil habitantes. Os italianos representavam cerca de 2/3 da mão de obra local.
Em 1896 a Companhia Viação Paulista detinha o monopólio na exploração do sistema de carris, com 90,905 quilômetros de linhas com bitola de 1,05 m, sendo 10,115 quilômetros em via dupla. O material rodante era composto de 150 carros abertos de tração animal com 7 bancos de 4 lugares. Diariamente eram usados 116 carros.
A companhia contava também com 15 vagões plataforma, 8 vagões de terraplenagem, 2 carros especiais da administração e duas locomotivas a vapor Baldwin para a linha de Santo Amaro, além de 2.100 muares.
Linhas da Companhia Viação Paulista em 1897
Ponte Pequena - Liberdade
Avenida Paulista
Hygyenopolis
Consolação - Estação da Luz, circular
Villa Buarque
Alameda do Triumpho, via rua Ypiranga
Perdizes, via Palmeiras
Perdizes, via Barra Funda
Bom Retiro (Conselheiro Nébias)
Amador Bueno
Rua Victoria
Rua Conselheiro Ramalho, inclusive rua Brigadeiro Fobia
Oriente - Largo do Mercado
Oriente - Largo do Rosário
Mooca - Mercado
Mooca - Largo do Rosário
Immigração - Largo do Mercado
Immigração - Largo do Rosário
Villa Mariana
Rua de São João - Santa Cecília
Rua Aurora - Santa Cecília
Bom Retiro, via rua Immigrantes
Rua dos Gusmões
Belenzinho - Largo do Rosário
Ipiranga
Cambucy - Largo da Sé
Cambucy - Mercado
Mooca, via Hospycio
Braz - Jardim
Braz - Mercado, até Puteiva
Braz - Largo do Rosário
A linha mais extensa era a do Ipiranga com 7,2 quilômetros e a mais curta a Villa Buarque com 2,6 quilômetros.
Extensão das linhas em operação em 1897
MONNIER, Démétrius. Rapport sur les tramways de Saint-Paul. 1897
Vias pavimentadas com linha de bonde
MONNIER, Démétrius. Rapport sur les tramways de Saint-Paul. 1897
Para ampliar clique na imagem
Vias não pavimentadas com linha de bonde
MONNIER, Démétrius. Rapport sur les tramways de Saint-Paul. 1897
O bonde 55 segue em direção à Vila Buarque pela rua 15 de Novembro, antiga rua da Imperatriz, em 1900, ano em que as linhas de bonde com tração animal, operadas pela Cia. Viação Paulista, chegaram a sessenta quilômetros de extensão. Nesse mesmo ano, a cidade passaria a contar com 25 bondes elétricos e 24 quilômetros de trilhos. Fonte: Bonde Saudoso Paulistano, Fernando Portela, Editora Terceiro Nome, p. 41. Amplia
Em março de 1899, a diretoria da companhia solicita à Prefeitura da Cidade São Paulo a construção de uma linha de bonde entre o ponto final da linha da Liberdade até a Avenida Paulista, passando pelas ruas Pedroso e Santo Amaro.
Correio Paulistano, 31/05/1899
Novos carros de tração animal typo americano
Correio Paulistano, 22/01/1900
Negociações com a Light
Correio Paulistano, 09/03/1900
Lavoura e Commercio, 15/03/1900, p.3
REFERÊNCIAS:
Relatório administrativo. Companhia Viação Paulista. São Paulo, 1897.
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