sábado, 9 de setembro de 2023

Cidade Tiradentes

Bonde da Cidade Tiradentes, Santa Etelvina


No século 19 a região era conhecida como o nome Santa Etelvina, Etelvina era o nome da esposa do coronel Antonio Proost Rodovalho, o conhecido Coronel Rodovalho, morador do Bairro da Penha e amigo de Dom Pedro II, que inclusive se hospedava em sua mansão onde hoje fica a ladeira que leva seu nome no bairro da Penha.

O coronel era proprietário de uma das primeiras indústrias de farinha de mandioca do Brasil, e de uma fazenda onde havia extração de madeira, e uma linha férrea para um bonde (conhecido como bondinho Etelviva) que ligava o distrito ao bairro vizinho de Guaianases.


Existia cerca de 54 casas na vila, uma estação de trem/bonde e armazém, os moradores eram em maioria de espanhóis e italianos.

Foi um dos primeiros lugares a ter telefones do Brasil, na verdade não era o telefone como conhecemos hoje, mais uma linha com dois pontos, ficava um no final do bondinho e outro em Guaianases, e era usado para comércio e controle do bondinho.

O bondinho parou de funcionar logo após a morte do coronel, motivado por disputa de seus herdeiros e novos proprietários da região.

A Casa da Fazenda, imóvel construído por Rodovalho há dois séculos esta preservada e é a atual Casa de Cultura do Hip Hop Leste.

Na década de 1970, se iniciou o processo de aquisição de uma gleba de 15 km² de terras situada na região, que era conhecida como Fazenda Santa Etelvina, a área, composta por Mata Atlântica, eucaliptos, lagos, córregos, nascentes e olarias artesanais familiares, que passou a ser ocupada por conjuntos habitacionais da Cohab (Companhia Habitacional).

Prédios residenciais começaram a ser construídos, modificando a paisagem. O local começou a ser habitado por enormes contingentes de famílias, que aguardavam na fila da casa própria de Companhias habitacionais

A Cidade Tiradentes concentra mais de 40 mil unidades habitacionais, a maioria delas construída na década de 1980 pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo e por grandes empreiteiras, que inclusive aproveitaram o último financiamento importante do Banco Nacional da Habitação, antes de seu fechamento.

A Cidade Tiradentes possui, portanto, uma população estimada em 220 mil habitantes que estão, de certa forma, separados por dois níveis de pobreza: cerca de 160 mil pessoas compõem a chamada "Cidade Formal"; existe também a "Cidade Informal", formada por favelas e pelos loteamentos habitacionais clandestinos e irregulares, instalados em áreas privadas e que são habitados por cerca de 60 mil pessoas.

Cidade Tiradentes e o maior complexo habitacional da América Latina, com cerca de 40 mil moradias.

As ligações com outros distritos e a circulação interna e feita pelas avenidas, Estrada do Iguatemi, que liga com São Mateus, Itaquera e Guaianases; Avenida dos Metalúrgicos, no centro do distrito, que concentra os serviços públicos; Avenida dos Têxteis, que se dirige em parte para o fundo de vale da Avenida dos Metalúrgicos e para o fundo de vale da avenida projetada Naylor de Oliveira; o quarto eixo é composto pela Avenida Inácio Monteiro, que permite acesso à parte leste do conjunto.

A avenida Sousa Ramos, uma das principais que cortam o bairro, já existia antes da chegada da Cohab.

Outra via importante é a Avenida Sara Kubitschek.

A região dispõe de 25 linhas de ônibus, cujos principais destinos são os terminais Parque Dom Pedro II, São Mateus, estações do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Aconselho a leitura do relato do historiador Márcio Reis morador do bairro e autor do trabalho de conclusão do curso de história, na Unicastelo-Itaquera.

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