segunda-feira, 30 de maio de 2016

Obra do VLT segue a passos lentos e completa dois anos de atraso

30/05/2016  - Diário do Litoral

A placa instalada em um local estratégico, entre a Avenida Ana Costa  e a Avenida General Francisco Glicério, em Santos, aponta uma data ultrapassada para o término da obra. Anunciada com entusiasmo pelo Governador Geraldo Alckmin em 29 de maio de 2013, a construção da primeira fase do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) segue a passos lentos na Baixada Santista. A entrega do equipamento está atrasada em 24 meses, o triplo do tempo inicialmente estabelecido para a construção.

Paralisações solicitadas pelo Ministério Público, problemas jurídicos envolvendo o traçado e questões de engenharia foram alguns dos entraves relacionados à obra do Veículo Leve sobre Trilhos. O transporte pretende atender diariamente 150 mil passageiros por dia quando for entregue, em outubro de 2016, última data estipulada pela EMTU para o término das obras.

Paralisações

Os questionamentos do Ministério Público nas obras civis no trecho da Avenida Francisco Glicério, entre as proximidades do Canal 1 e Avenida Conselheiro Nébias, implicou em atrasos de oito meses para o início das obras no trecho de Santos.

O Gaema, órgão do Ministério Público (MP), também questionou o andamento dos trabalhos no canteiro central, no trecho da Avenida Francisco Glicério, entre os canais 1 e 3, sob o entendimento que o licenciamento ambiental valeria para a linha férrea. O assunto foi encerrado em última instância jurídica com a constatação de que não houve alteração no projeto.

Outros entraves relacionados às questões de engenharia na construção do Viaduto Antonio Emmerich, em São Vicente, e no Túnel José Menino, em Santos, além de interferências de solo não cadastradas nas Prefeituras de Santos e São Vicente também alteraram o andamento das obras civis.

TCE

Na última quarta-feira (25) uma publicação no Diário Oficial do Estado estipulou o prazo de quinze dias para que a EMTU preste informações e esclarecimentos sobre possível irregularidade na obra do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em trecho compreendido entre 50 metros antes da Avenida Conselheiro Nébias até o pátio Porto, em Santos.

Entre as possíveis irregularidades apontadas pelo TCE, e não respondidas de forma suficiente pela EMTU, estão os valores orçados para o canteiro de obras, que apresentam diferenças acentuadas entre o orçamento e a contratação (os valores contratados representam 25% do valor orçado); o fornecimento de trilhos, que apresentou cotação de apenas um fornecedor; a aquisição de equipamento de pátio, que totaliza mais de R$ 12,8 milhões e o fato da EMTU não ter apresentado pesquisas e cotações requisitadas (neste quesito a companhia se limitou a responder que o Termo de Referência continha as informações e que se tratando de equipamento metroviário não necessitaria de especificações minuciosas).

Em nota, a EMTU afirma que sempre que questionada, presta todos os esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado. A nova solicitação será respondida dentro do prazo estabelecido pelo órgão.

Valores

As obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) já consumiram R$ 714,1 milhões. Os acréscimos nos valores também foram questionados pelo Tribunal de Contas do Estado.

De acordo com a EMTU, foram empenhados R$ 391 milhões referentes a obras civis de Barreiros, em São Vicente, até a Avenida Conselheiro Nébias, em Santos; R$ 88 milhões em obras complementares e R$112 milhões a obras civis da Avenida Conselheiro Nébias/Rua Campos Mello, em Santos, até o Pátio Porto.

Além disso, foi necessário aditivo de no contrato de fornecimento dos sistemas de energia, sinalização, telecomunicações, semaforização, controle de arrecadação e de passageiros. O valor deste contrato é de R$123,1 milhões.

Segunda fase

Em fase de licenciamento e com ­previsão de abertura de ­licitação no final de setembro, o segundo trecho de obras do VLT deve contar com 13 estações e oito quilômetros de extensão. O traçado original do empreendimento sofreu alterações.

Também devem ocorrer desapropriações. De acordo com o projeto apresentado, as composições passarão por um trecho da Avenida Conselheiro Nébias e por ruas como Campos Mello, Constituição, Luís de Camões, Amador ­Bueno e João Pessoa.

Integração deve começar em junho

O início da integração do VLT com as linhas intermunicipais está previsto para começar no próximo mês de junho, preliminarmente, com 37 linhas gerenciadas pela EMTU/SP e que circulam no raio de 400 metros ao longo da linha do VLT. No primeiro momento a integração será voluntária, ou seja, o usuário poderá optar em continuar a sua viagem na linha de ônibus ou fazer a integração com o VLT.  A integração com as linhas municipais deve ocorrer a partir de dezembro de 2016. A EMTU/SP já iniciou tratativas com as prefeituras de São Vicente e Santos sobre o assunto.

O VLT

A operação do VLT da Baixada Santista teve início em abril de 2015 (o primeiro prazo era junho de 2014) e atualmente das 15 estações previstas no trecho entre Barreiros, em São Vicente, e Porto de Santos, 10 foram entregues e nove já estão em operação em 6,5 km de via que ligam as duas cidades. De acordo com a EMTU, em junho começa a operação comercial da 10ª Estação, a Bernardino de Campos, em Santos. Em outubro todo o trecho de 11 km de extensão será concluído.

Atualmente, 14 dos 22 trens foram entregues e o 15º está previsto para chegar em junho. O restante entrará em operação até 2017.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Integração entre VLT e lotações de São Vicente pode não ocorrer este ano

19/05/2016  - A Tribuna - Santos

São Vicente corre o risco de não conseguir cumprir até o final deste ano a integração do transporte público municipal com o sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O alerta é dado pela própria Prefeitura, em razão do adiamento do prazo de renovação da frota de lotações. Inicialmente, essa mudança estava prevista para julho, mas uma lei aprovada pela Câmara Municipal estendeu o limite até 31 de dezembro próximo.

Como a intenção da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) é dar início à integração com as linhas municipais em novembro, a Secretaria Municipal de Transportes (Setrans) entende que não será possível atender plenamente aos padrões de adequações necessários para tal serviço. Para isso, segundo a Prefeitura, seria necessário que toda a frota fosse composta por micro-ônibus, o que não ocorre atualmente.

São três os motivos principais que sustentam esse receio. O primeiro é o fato de que o sistema ainda não conta com o chamado travamento das catracas. Ou seja, o cálculo de quantos bilhetes foram comercializados é feito por amostragem, o que impede uma definição exata sobre o valor da tarifa do transporte integrado, por exemplo. Essa questão também inviabilizaria o uso de um cartão único.

A segunda questão é uma exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que a partir deste ano passará a exigir a acessibilidade dos veículos de transporte municipal. No caso de vans, nem todas possuem capacidade para atender tal cobrança, especialmente com os elevadores para cadeiras de rodas.

O último ponto é a necessidade de duas portas nos meios de transporte. Caso essa exigência não seja atendida, haverá formação de filas, pois quem está para descer e quem sobe no veículo precisam usar a mesma porta. Hoje, das 349 lotações da frota, 206 estão no padrão, ou seja, 59% dos veículos.

Obstáculo 

“Nós tínhamos um cronograma, uma intenção de padronizar toda a frota com micro-ônibus até o mês de julho. Depois, teríamos alguns meses para discutir valores das tarifas, itinerários e fazer os ajustes necessários. Mas essa lei complicou o nosso projeto e, hoje, há, sim, o risco de não conseguirmos cumprir a adequação para a integração até outubro”, comenta o chefe de gabinete da Setrans, Ricardo Nascimento.

O prefeito Luís Cláudio Bili (PR), em visita a A Tribuna, há uma semana, admitiu a preocupação da Prefeitura em relação à integração. “Nós precisamos dar acessibilidade, e as vans não têm catraca. Se o modal não estiver consolidado, não tem como fazer a integração com o VLT”, disse.

Bili afirmou que o Município entrou na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei, apresentada pelo vereador Pedro Gouvêa (PMDB). “Estamos esperando uma liminar. Eles (donos de lotações) não podem reclamar dos prazos, porque foram informados e cobrados várias vezes. E continuamos orientando as associações para incentivarem a adequação”, completou.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Segundo trecho do VLT começará a ser construído em janeiro de 2017

06/05/2016 - G1

Evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (6), em Santos.

Projeto abrange 13 novas estações do VLT em 8 km de extensão.

João Paulo de Castro

Do G1 Santos

Trecho "Conselheiro Nébias - Valongo" do VLT da Baixada Santista (Foto: Reprodução/EMTU)
Trecho Conselheiro Nébias - Valongo do VLT da Baixada Santista (Foto: Reprodução/EMTU)

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) apresentou, na manhã desta sexta-feira (6), o segundo trecho do projeto de obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Baixada Santista, denominado de "Conselheiro Nébias - Valongo". O esboço das obras foi mostrado durante um evento realizado no Museu Pelé, em Santos, no litoral de São Paulo.

O projeto para o segundo trecho de obras é que o VLT tenha 13 novas estações em 8 km de extensão. "A ideia é que tenhamos, neste novo projeto, um investimento de R$ 500 milhões", disse o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Clodoaldo Pericione.

Autoridades estiveram na apresentação do projeto do VLT (Foto: João Paulo de Castro/G1)
Autoridades estiveram na apresentação do projeto do VLT (Foto: João Paulo de Castro/G1)

A previsão é que o projeto apresentado nesta sexta-feira seja licitado até setembro e as obras comecem em janeiro de 2017. "Para não atrasar tanto (11 meses) como no primeiro trajeto, nós resolvemos fazer este evento e apresentar isso à população. Se tudo der certo, a ideia é que as obras terminem em dezembro de 2018", completou.

Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, esteve no evento (Foto: João Paulo de Castro/G1)
Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, esteve no evento (Foto: João Paulo de Castro/G1)

Ainda de acordo com o secretário, o Governo do Estado e a EMTU estudam realizar a terceira fase de obras na região, que ligaria o VLT ao bairro Samaritá, em São Vicente.

Estações inauguradas

O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, inaugurou, na última semana, mais uma estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Ao todo, já são dez estações inauguradas.

A previsão é de que em junho o VLT esteja operando até a nova estação. Ao todo, 7km dos 11,5 km previstos já estão concluídos.

Desde o começo da operação-teste do VLT, mais 100 mil pessoas já utilizaram o sistema. O VLT atende, atualmente, a média diária de 1.750 usuários das 7h às 19h. Seis veículos circulam com intervalo de dez minutos entre as estações Mascarenhas de Moraes, em São Vicente, e Pinheiro Machado, em Santos.